quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Vaga de Despedimentos

Anda-me a preocupar verdadeiramente a onda de despedimentos que anda no ar.

Todos os dias alguém próximo de mim me diz que foram despedidas x pessoas lá da respectiva empresa, inclusive cargos de topo, como os próprios directores. Até à data toda a gente falava da crise, mas, mal ou bem, os magros euros iam remediando.

Hoje vi ser reconhecida oficialmente falência numa das empresas mais importantes da indústria do Turismo. Hoje foi o último dia de trabalho daquelas pessoas. Muitas pessoas.

Depois da crise na habitação, da entrega das casas ao banco e das penhoras por causa dos créditos, o português sente agora verdadeiramente a crise a tocar-lhe a pele naquilo que é o mais essencial à sua sobrevivência: o trabalho.
Está a vaga instalada.

Estou em choque. Cada pessoa destas é uma família.
Hoje, especialmente, não consigo parar de pensar nisto.

6 postas de pescada:

Anónimo disse...

Sabes que a mim me doi profundamente e que cada vez que me lembro só tenho vontade de chorar...aqueles contra quem eu mais lutei contra são os que mais me doem hoje, profundamente mesmo!
Estou triste, revoltada, cinzenta, desiludida...Podia ser eu!
Hoje to de mal com o mundo, com os alucinados e quem não para estas situações enquanto pode e passa a vida a jogar ao jogo do elástico!

Jo*

Anónimo disse...

Era bom se os PM's e JS's desta vida aprendessem com estas coisas. A mim particularmente, dava-me um jeitaço brutal. Tenho é duvidas que tal aconteça.

Tita disse...

Completamente. Estou contigo. Já convivi com pessoas a passar por esta stuação e eu própria já fui dispensada por corte nas despesas... Felizmente não tenho uma família a meu cargo, porque quem tem, sente o mundo desmoronar.
(Mimo para ti no meu blog...)

Patricia Alexandre disse...

Pois é Linda...as coisas não estao fáceis...não é só o sector imobiliário mas todos os sectores...
Tb estou assustada pk não sei o rumo desta crise, actualmente à pessoas q n recebem ordenados há mais de 3 meses...despedimentos..
Ou isto dá uma volta ou vai haver muita fome, ondas crescencentes de assaltos, insegurança e quem sabe um cenário muito pior...
Assusta-me pk tenho uma familia enão sei o que esperar do amanhã...

*sara* disse...

Isto não está fácil e nem para brincadeiras... Mas sabes o que mais revolta no meio de tudo isto??? Quem está no topo a crise passa-lhe ao lado... têm uma casa para viver, ordenados chorudos e preocupações com rendas de casa para pagar, despesas de alimentação, água, luz, escola, saúde (medicamentos, consultas,...) entre muitos outros, népia!!!

Quem se lixa bem lixado é o desgraçado do mexilhão que tem de se remediar... ficar sem casa devido a penhoras ou faltas de pagamento ao banco, sobreviver no limiar da pobreza... enquanto os galifões deste país inventam as taxas, os juros, os euribor, e eteceteras para entrerrar mais a cabeça do zé povinho na mer**!

Sabem o que este país precisava?? De uma revolta popular!!!

Bandidos há muitos e os maiores estão no nosso governo!!!

Assaltados somos todos os dias!!! Com os bancos a roubar e a cobrar o que é nosso (sim, o banco é o ladrão que tem autorização da nossa parte para nos jogar as mãos aos bolsos e chupar-nos até ao tutano!), o estado, esse então rouba à descarada e sem vergonha!!!

Um pouco revoltada?? Não...
Muito revoltada!!!

Gilberto Grão de Areia disse...

Sarita,

Sabes que a parte mais irónica disto tudo é que foram os que estão no topo que sentiram a crise em primeiro lugar porque têm acções em bolsa e dinheiro investido. Só por consequência, e já quando o gajo do topo não consegue lidar com a crise económica, é que a crise chega ao pequenino, já dizem os entendidos. E, se reparares, de facto, já ouves falar na crise há algum tempo, mas os despedimentos massivos são mais recentes que o anúncio da própria crise mundial. Até porque, os despedimentos já não incluem só o mexilhão, mas também os directores e gestores dos quadros superiores...

Sem partido político, sou tendencialmente de esquerda, mas gosto de dizer que tento ser acima de tudo sóbria e, um facto, é que esta crise não é só do mexilhão. O problema é que o mexilhão é o que tem menos defesas!