quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Na sala de computadores da ESGHT

Para não ferir susceptibilidades e não identificar aquela que foi a minha interlocutora neste diálogo, vou apenas referir-me a ela como Atrasada Mental.

Intervenientes: Eu, Atrasada Mental, três raparigas pretas e dois rapazes brancos.
Cenário: sala de computadores cheia de alunos, ambiente normal em final de semestre.

Narrador: As 3 raparigas pretas e os 2 rapazes brancos estavam num fernesim desgraçado, num alvoroço por causa da saída de notas, adicionando um certo histerismo, típico da idade e dos nervos de ter que estudar mais do que 5 páginas de apontamentos para cada cadeira. Soltam-se os gritinhos agudos :"Aiiiiiii, não sei nada disto!" ou a tão popular exclamação após visualização de notas na intranet "Aquela puta daquela professora fez-me ir a exame!!!!". Por perto, duas pessoas tentavam concentrar-se. Uma delas estava já a um fio de mandar as crianças calarem-se, ao que a multidão frenética dispersa porque tinha que "ir apanhar o autocarro para Quarteira". E dá-se o diálogo entre as 2 vítimas.

Eu: Fooooooogo!!! Estava a ver que não!! Nem me conseguia ouvir a pensar! Saíram mesmo quando eu ia soltar as garras para fora!

Atrasada Mental: É verdade! Isto tem sido um problema, sabe?! Nós não temos cuidado! Andamos a dar muito poder aos negros em Portugal e depois é isto que se vê!

Eu: ..........! (absolutely speechless)

Atrasada Mental (ainda não satisfeita): O mal foi termos abandonado as colónias e ter posto os negros todos à solta. Agora vêm para cá e pensam que mandam nisto! É um perigo. Olhe, a mim preocupa-me muito isto. Muito mesmo.

Eu: .............................................! (even more speechless)

(a conversa acaba quando a 2ª interveniente, farta, abandona a sala)

Coro Grego: E ainda se ouve estas coisas, por aí. Ainda se ouve estas coisas de pessoas que supostamente são menos ignorantes porque estudam. Ainda se ouve estas coisas de pessoas da geração da tolerância e da compreensão. Ainda se ouve estas coisas de pessoas que acham que há cores e não pessoas.
Ainda se ouve estas coisas. Tristemente
.

6 postas de pescada:

*sara* disse...

Gostei do termo "Atrasada Mental", lol.
Pois é Linda, ainda existe muito racismo/xenofobia, infelizmente...

Anónimo disse...

Uia uia e os judeus?? Tambem são uma raça levada da breca, todos sumiticos...e os asiáticos com aqueles olhos pal plus todos desconfiados...e os arabes com aqueles lençóis na cabeça, todos assassinos...e os ciganos com aquele cheiro a fogueira, todos manhosos...e os racistas com aquela mentalidade de extrema direita, todos com um taco de basebol entre o meio dos olhos e fazia-se a festa. Libertem o Xanana e deixem jogar o Mantorras!!!

Anónimo disse...

Epah desculpa mas, ainda nesta temática não resisto a botar aqui mais 2 pontos:
1- nem de proposito, ha uns 2 ou 3 dias atras D. José Policarpo, atirou uma acha para a fogueira ao aconselhar as moçoilas cristãs a pensarem duas vezes antes de casarem com um muçulmano. Não sei porque é que não fez o mesmo aviso aos rapazes cristãos que eventualmente se percam de amores por mouras encantadas. Revelou toda a inteligencia, sensatez e desenvolvimento ideologico-social (nao sei se isto existe) da Igreja Catolica.

2 - tenho que amandar para aqui uma letra de uma música que é o maior hino ao integracionismo social em termos de nacionalidades, raças e ideologias, um exemplo:

Libertem-no
Nelson Mandela
Libertem-no
Xanana Gusmão

Pessoal do meu bairro
Venham cá abaixo
E tragam os pássaros

Pessoal do meu bairro
Venham cá abaixo
E tragam os pássaros

O Passaredo
O Passarame
O Passaredo
O Passarame

Reparem aqui na metafora dos passaros. Representam as diferenças entre as pessoas...tragam-nos, misturem-nos...poesia pura...

Patricia Alexandre disse...

olha..tou atónita...abismada...sem saber o q dizer..JASUS!!!!

Anónimo disse...

Foca pah mas como é que a "atrasada mental" te tira as palavras??então se as garras estavam quase de fora pq não lhe arrancas-te logo um olho? Ganda palermoide!!!!
Jo**

Gilberto Grão de Areia disse...

O desprezo é a melhor arma de combate para este tipo ignorância as far as I know, Johnny...

:)