"As paredes do teu corpo" - dizias - "são profundas e complexas."
Profundas e complexas, como ela, como falavas que não conhecias outras que tais.
Olhos longíquos de pássaros de urgência migratória que estavam aqui. Aqui onde, contra a sua natureza, escolheram ficar.
Dizias que ias fugir. Ela disse que ia ficar.
No meio, entraste no carro, saíste mundo afora à tua procura, mas não fugiste. Ela viu.
Não fugiste no carro porque já tinhas saído dali quando choraste que querias fugir.
Fugisses ou não, já tinhas fugido.
Ela ficou.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
As paredes do teu corpo são profundas e complexas
Publicada por
Gilberto Grão de Areia
à(s)
17:51
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