O 25 de Abril já passou há alguns dias, contudo, gostava de partilhar hoje um pequeno poema de Sophia de Mello Breyner. Poema em que "silêncio" e "noite" transportam a ambiguidade da ditadura, da falta de conhecimento e informação e da falta de liberdade. A "madrugada" é "inteira" e traz assim esperança, liberdade e os sonhos de um povo.
E porquê?
Talvez porque tenho muita pena de não ter vivido a Revolução dos Cravos. Talvez porque me orgulho muito de ter sido uma revolução sem sangue e por ideais e sonhos que normalmente já ninguém dá credibilidade ou valor. Talvez porque me emociono com os sentimentos demonstrados porque quem a viveu. Talvez porque sou uma amante da Vida e da Liberdade.
Idealista? Talvez, mas acho que não saberia viver de outra forma.
Reparem como tão poucas palavras podem significar tantas coisas:
25 DE ABRIL
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.
Sophia de Mello Breyner Andresen
(Peço desculpa se me entusiasmo e se roço uma análise de poema enfadonha de Português de Secundária! Juro que me tento controlar... )
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