terça-feira, 4 de março de 2008

Estranha em Mim


Estou terrivelmente constipada o que me levou a uma tarde de hospital e a uma passada no clube de vídeo, quando a caminho da cama.

"Uma Estranha em Mim" é um filme com Jodie Foster que vi, há pouco, do realizador Neil Jordan e que, honestamente, cinematograficamente não é lá grande coisa, a meu gosto... Contudo, o tema que evoca é intemporal e comum a todos nós: Até que ponto nos conhecemos bem? Como reagiríamos a uma situação limite?

Quantos acham que, após um acontecimento marcante da nossa vida, nunca mais nos voltamos a sentir como éramos antes?

Muitas vezes, não se trata de nos tornarmos pessoas melhores ou piores... Trata-se de deixarmos de ser quem conhecemos. Consegue ser assustador... E sente-se em que momento exacto isso aconteceu...

A mudança assusta. Porque tudo tem a ver com os nossos medos. Porque o medo é muito humano. A insegurança é muito nossa. Mas todos temos medos, mesmo quem não sabe - como diz Jodie Foster a determinada altura no filme. Não pertence só aos fracos. Todos que amam os têm. Porque amam alguém. E amar é ter medo que aconteça algo aos que amamos.

E não há como voltar atrás, ao que fomos, antes de determinada situação dar-se.

Esta grande saudade que nos assombra do passado não é nada mais do que saudade do que fomos antes de... E agora somos outra pessoa, quer gostemos ou não.

Hoje somos. Amanhã logo se vê...

1 postas de pescada:

Anónimo disse...

Antes de mais parabéns pelo blog. Estou a curtir as tuas fritarias:-) Gostei deste post e não hesito de reflectir sobre ele.

Todos nós já tivemos acontecimentos marcantes na nossa vida.. rebolar uma montanha abaixo ou cair dum baloiço..estar longe das pessoas com que lidávamos dia-a-dia, faltar as palavras na altura certa (..) O medo é o nosso pior inimigo. Ao longo que crescemos o medo está cada vez mais presente. Quando eramos crianças não tinhamos receios,nada nos impedia de subir uma árvore gigante ou de dizer o que nos ia na alma. Era uma vida sem preocupações e chatices---- Talvez, porque eramos inocentes, ou seja, acreditavamos no bom de tudo e de todos. Não havia maldade, injustiça ou inveja.. simplesmente viviamos com uma paz esplêndida.
Tal como tu dizes:"não se trata de nos tornarmos pessoas melhores ou piores...". É engraçado quando relemos os nossos diários (para quem escrevia) e sentirmos quanto tudo mudou. A nossa maneira de agir, pensar, enfrentar a vida(..) A mudança assusta e por vezes não estamos preparadas para elas, mas é das mudanças que tiramos as nossas lições e aproveitos. Para mim, a paz interior é o maior desafio do dia-a-dia.

Muitos beijinhos Manela e até amanhã....andrea